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GEMINIANO PAES

 

(1837-1915)

 

Nasceu em São Cristóvão, que era a capital de Sergipe, no dia 17 de março de 1837, e faleceu em Aracaju no dia 23 de março de 1915.

 

 

 

       A ÍNDIA
(Episódio)

 

                Na relva florida
De verde campina
Gentil pastorinha
Vagava sozinha.
Sozinha a cismar.
Mil flores colhendo
De grato perfume.
Sentou-se na relva
À sombra da selva,
E pôs-se a cantar.

 

        Cantava, tão bela!
Em brandos queixumes.
Perdidos amores,
E os duros rigores
Da sorte, chorando.
Dos olhos escuros
As pér´las caíam,
Que a face mimosa
De pálida rosa
Lhe iam aljofrando.

 

        Então, em silêncio,
A fronte pousando
Em nívea mãozinha,
Saudosa rolinha
Seu canto imitava.
A cada gorjeio,
Que ouvia, queixoso,
Um ai dolorido
A custo exalava.

 

        E a linda, inocente,
Plumosa cantora,
Serena adejando,
Lá foi-se voando
Do ar na amplidão.
Fugindo, sem pena
Deixou a donzela
A sós pensativa,
Qual pobre cativa
Em mesta soidão.

 

        Que cismas cismava
A índia formosa?
Acaso lembrança
De fera esquivança
Sua alma enlutava?
Quem sabe?... Ai triste!
Ai pobre, coitada!
Aquele seu canto,
Suspiros e pranto
Diziam que amava.

 

                (Aracaju, 1863)

 

 

 

 

                               TEUS OLHOS

 

                             Tout ressent de ses yeux le chamés innocents
Racine

               

                Formosa, teus olhos são meigos, luzentes
Resumem da flor
As graças, os mimos, os doces perfumes;
E falam de amor.

 

                Celeste deidade, teus olhos travessos
Incautos que são!
Se brandos queixumes teus lábios respiram,
Ardente paixão.

 

                Contei-te que — em sonhos, fitavam meus olhos
Uns olhos assim!...
Alegre, louquinha, cismavas, sorrias
Vaidosa p´ra mim.

 

                Isento de amores, que magos encantos
Então eu senti!...
Rosinha, não sabes? teus olhos escuros,
Deveras parecem, tão lindos, tão puros,
Os olhos que vi!

 

                Momentos na vida felizes mais belos
Oh! nunca gozei.
Nem sonhos dourados, mais lindos, mimosos,
Tamanha ventura, nem dias ditosos
Eu nunca sonhei.

 

                Cativa minh´alma, caída em desmaio,
Amou, sem amar.
Risonha miragem de um anjo fagueiro
Me veio enlear...

 

                Escuta, tu foges!  — eu amo teus olhos
Luzidos, brilhantes—,
Lacinhos que prendem nos doces enlevos
O ternos amantes!

 

                São lindos, encantam teus olhos travessos
Assim a brincar;
Tão vivos, serenos, às vezes languentes,
Eu amo teus olhos tão meigos, luzentes,
Sem fito a pensar.

 

 

                                       (Aracaju, 1863)

                                                                        

 

 

 

Página publicada em janeiro de 2020

 


 

 

 
 
 
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